Descobertas Arqueológicas

INTERIOR DA TUMBA No início de fevereiro de 2006 foi encontrado o que parecia ser uma nova tumba no famoso Vale dos Reis, fato que não ocorria desde a descoberta do túmulo de Tutankhamon (c. 1333 a 1323 a.C.) em 1922. Em seu interior havia sete ataúdes de madeira, identificados como sendo da XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.). Quatro haviam sido muito comidos por cupins, mas três pareciam estar em boas condições. Todos estavam cobertos por uma resina preta. Em quatro deles haviam sido esculpidas máscaras funerárias com os rostos pintados na cor amarela e um apresenta sobrancelhas e olhos de vidro. Os caixões estavam cercados por, aproximadamente, 28 jarros de alabastro, alguns quebrados e outros ainda lacrados, com cerca de 90 centímetros de altura e pesando entre 45 e 68 quilos cada um, em um recinto de uma só câmara de cerca de 4x5 metros, sem qualquer decoração nas paredes.

A partir do solo, um poço com 10 metros de profundidade, distanciado apenas cinco metros doFACE DO ATAÚDE famoso túmulo de Tutankhamon, leva a uma estreita passagem que desce mais cinco metros até atingir uma porta feita de blocos de pedra. Na descoberta, um dos caixões estava tombado diante da porta, mostrando um rosto esculpido. A máscara funerária exibe as feições pintadas de uma mulher, com longos cabelos pretos, sobrancelhas finas e olhos pintados com kohl. Restos de ouro de um grosso colar ou peitoral estão visíveis, mas a metade inferior do ataúde está lascado e apodrecendo pelo efeito dos cupins. Outro ataúde estava parcialmente aberto, mostrando um pano marrom que cobria o conteúdo do seu interior. Esse achado mostrou que era falsa a convicção, há muito sustentada, de que não havia mais nada a ser desenterrado no Vale dos Reis, a região desértica perto de Luxor (500 km ao sul do Cairo) usada como cemitério para faraós, rainhas, e nobres durante o período do Império Novo (c. 1550 a 1070 a.C.). Até então haviam sido localizados 62 túmulos e agora os arqueólogos acreditam que novas tumbas poderão ser encontradas nos próximos dez anos.


ATAÚDE MINIATURA Um mês após a descoberta verificou-se que não se tratava propriamente de um túmulo, mas sim de uma área usada pelos sacerdotes que mumificavam os mortos. Cinco caixões continham sobras de cerâmica, mortalhas e materiais destinados àquele trabalho. Entre os jarros lacrados, 18 também guardavam materiais empregados no processo de embalsamamento e havia vários selos decorativos utilizados para marcá-los. Um jarro continha resíduo de vinho semelhante ao que foi achado na tumba de Tutankhamon. Acredita-se que um selo com a inscrição Pa-Aten tenha formado parte do nome dado à esposa de Tutankhamon, Ankhesenamom. Uma guirlanda tecida com flores secas também foi achada, indicando que um funeral teria acontecido ali perto. Das mais surpreendentes foi a descoberta de que vários jarros lacrados, os quais já continham cerâmica quebrada, haviam sido despedaçados e seus pedaços colocados dentro dos ataúdes. O mistério prosseguiu com a abertura de um caixão do tamanho de uma criança que não continha múmia, mas estava repleto de travesseiros de excelente algodão. Cuidadosamente acomodado entre eles havia uma miniatura de um ataúde infantil dourado, com 60 centímetros de comprimento e vazio, do qual vemos um detalhe na foto acima, de tal qualidade que poderia ter pertencido à realeza.

Em 5 de julho de 2006 foi aberto finalmente o último ataúde e nenhuma múmia foi encontrada. Nele havia vários colares de flores muito largos e delicados que, provavelmente, teriam coberto uma porção significativa da parte superior do tórax e ombros do morto. Estavam ainda muito bem conservados. Tais arranjos florais eram geralmente entrelaçados com tiras de ouro. Esta espécie de guirlanda é bem conhecida na arte egípcia, mas ainda não haviam sido descobertas peças reais. Além disso, foram achadas jóias, artefatos religiosos e mais material para embalsamamento. O que parece claro para os arqueólogos é que alguém foi obrigado a esconder rapidamente todo esse material nessa tumba batizada de KV-63. A pressa deve ter sido tanta que fragmentos de um único jarro estão distribuídos a esmo em vários ataúdes e em outros potes, demonstrando que todos estes materiais tinham que ser mantidos juntos.




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